segunda-feira, 17 de junho de 2013

Não vou a votos.

Estamos em ano de eleições autárquicas. Como tal, fui convidada para integrar uma lista de que já tinha feito parte. O meu primeiro impulso foi dizer que sim, que podiam contar com o meu apoio, mas que ia averiguar todos os constrangimentos profissionais que daí poderiam advir, uma vez que não me parecia necessário prejudicar uma candidatura por dela fazer parte uma jornalista. Depois me informar devidamente, que a boa nota a Deontologia não chega para esclarecer todas as dúvidas, falei com quem de direito: a pessoa responsável pelo jornal com que colaboro - o único na cidade. A resposta foi simples, já que a questão requer apenas bom senso: que a posição em que seria colocada não implicaria em nada a isenção do nosso órgão de comunicação social. Com base em experiências anteriores, pedi apenas para não fazer qualquer cobertura relacionada com as autárquicas, pelo sim, pelo não. É que viver num meio pequeno é estar sempre sujeita ao escrutínio alheio e decidir constantemente que importância se dá à multiplicidade de opiniões mal fundamentadas dos outros. Assim sendo, decidi ignorar aquilo que poderiam pensar ou dizer, já que o meu trabalho é o meu trabalho e a minha convicção política diz apenas respeito à minha cidadania, enquanto habitante num país democrático. Confirmei a minha posição ao cabeça de lista e ponto final.
No entanto, nada na minha existência é linear, simples ou leve e a instabilidade faz parte do meu quotidiano. Soube que o mês de Setembro vai ser marcado pela minha ausência, o que significa que não vou poder colaborar como é devido, nem fazer campanha, nem participar activamente, nem nada. Fui obrigada a voltar atrás com a minha palavra. Vou apoiar das bancadas, sem estar em campo. E esperar pelo óbvio: que o Nascimento Lopes ganhe.

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