quinta-feira, 14 de março de 2013

Ser jovem também é ter que tomar decisões difíceis.

Elizabeth Olsen
Por ter uma irmã dez anos mais nova, tenho contacto próximo e privilegiado com jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos. Estão na fase pré-ensino superior, cheios de dúvidas e preocupações. Muitos carregam o peso de uma absurda culpa por não saberem o que fazer com as suas vidas.

Confesso que essa foi uma das fases mais divertidas da minha existência. Apesar de ter adorado os tempos de faculdade, esse período marcou-me muito profundamente. Foi na Escola Secundária que fiz a maior parte dos amigos que me acompanham até hoje. Além disso, foi a altura do primeiro amor, da intensificação da vida social, da formação à séria. Costumo dizer, ao reencontrar antigos professores dessa época, que aprendi mais nos três anos de Secundário que na Universidade. E a verdade é que com 15 anos, apesar de ter optado pela vertente das Letras e de sentir que a minha vocação passaria sem dúvida pela Comunicação, ainda não sabia o que fazer da minha vida. Foi por isso que me enganei: entrei em Administração Pública porque gostava de política e queria mudar o Mundo. Dois anos depois, voltei para o meu caminho e apesar de ter sido a escolha acertada, a verdade é que ainda hoje (com 27 anos) não vejo no Jornalismo sério a minha profissão de sonho.

É este o exemplo que uso para explicar aos miúdos que é normal que não saibam o que querem. Tento aliviar-lhes a carga, fazê-los perceber que não há porque entrar em pânico. Ninguém disse que era justo  termos de saber o que queremos fazer durante o resto da vida aos 14 anos. O resto da vida é muito tempo, demasiado tempo. E no nono ano, quando definimos a nossa preferência, não estamos a fazer uma escolha definitiva. Nem quando terminamos os exames nacionais. Nem quando nos matriculamos numa Faculdade. Nem quando terminamos um curso.
Conheço quem se tenha formado em Psicologia e tenha investido num negócio seu que nada tem em comum com a área. Ou malta que esteve três anos em Humanidades e decidiu tirar Enfermagem. E tantos que decidiram trabalhar logo, em vez de optar pelo Ensino Superior. Outros precisaram de mais um ano para encontrar certezas.

O meu conselho é sempre o mesmo: "se não sabes o que fazer, não vás". Ficar quieto durante um ano, seja a fazer melhorias ou a trabalhar, pode servir para crescer, amadurecer e perceber o que realmente se quer. Sempre é melhor que perder anos e aumentar os níveis de frustração num curso que se odeia.
E os pais? Os pais devem orientá-los, claro. Mas acima de tudo, respeitar as suas escolhas. Sim, são eles que financiam tudo, mas ninguém quer pagar por um investimento que não será aproveitado, certo? São eles que vão ter que gramar com o curso que escolherem - mais vale que o amem.

1 comentário:

Guinhas disse...

Se há coisa que eu faria diferente se voltasse atrás..seria o curso!!Não é uma escolha fácil, não sra!!