segunda-feira, 18 de março de 2013

escrever

Para uns, é a dança. Para outros, fazer música. Há quem precise de cantar, quem se verta pelas tintas com que constrói uma pintura. Quem arquitecte espaços e quem os decore. Quem não passe sem desenhar, quem guarde momentos através da lente de uma máquina. Este fim-de-semana senti todas estas paixões de perto, ainda que por momentos fugazes. São vocações, amores, necessidades.
Para mim, é a escrita. Sempre foi. Não consigo passar um dia sem escrever qualquer coisa, nem que se trate apenas de uma frase simples no Moleskine. Mais simples ou mais erudito, mais leve ou denso e profundo, tenho sempre algo para escrever. Pode ser um céu maravilhoso ou uma obra de arte feita vestido, mas se me tocou, se passou por mim, passa a ser motivo para que flua pela caneta para o papel. Tenho pressa de deixar guardados nas palavras os sentimentos, deixar trancadas numa linha as emoções. Não concebo a Vida sem um registo. Não quero esquecer-me do tempo que atravessei, dos dias que já passaram, do que fui, afinal.
Já escrevi muito, não posso contar os caracteres que nasceram da minha existência. Ainda me faltam muitas páginas e quero ter a certeza de que depois de mim, alguém me lerá. Não quero morrer, não quero deixar de ser. As palavras imortalizam-nos, materializando o invisível: ficam a alma, o espírito, o pensamento e a personalidade presos nos textos que deixamos. Em cada palavra, um pedaço de nós. E apesar da dor de viver duas vezes, que o escritor vive quando experiencia e quando escreve, assim revivemos quando alguém nos lê.

1 comentário:

Guinhas disse...

Também sou assim!!Gosto de anotar, apontar, registar...um bloco sempre na mala