quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Falta UM mês.

Esta quadra deprime-me. As músicas, as iluminações, o cheiro da casa. A falta que sinto dos que não estão cá, dos que estão longe, dos que estão perto, mas distantes de mim. Nesta época, tenho que ter cuidados acrescidos para não dar em doida com tanta melancolia. Lembro-me de passar o dia todo entretida com a minha vó e a minha mãe, entre rabanadas e sonhos, nos preparativos para a ceia, numa angústia desmedida. Doía-me a garganta, que o nó ia aumentando com o passar das horas. A minha mãe punha a tocar aqueles cd's com músicas de Natal e eu fiquei traumatizada até hoje - só suporto as alegres e foleiras, como esta ou esta... Bom, este ano sou gaja para me perder com o cd novo do Michael Bublé, mas só porque é ele. Bom, voltando ao nó na garganta: eu ficava tão triste, mas tão triste, que invariavelmente humedecia a noite da consoada com um pranto à mesa.
- O que foi, Menina Lamparina? - nos primeiros anos, eles ainda perguntavam o que se passava. Depois habituaram-se porque passadas duas décadas, o filme é sempre o mesmo.
- Estamos aqui quentinhos e com tanta comida a mais e há meninos que estão a passar fome e que têm frio e estão sozinhos, sem os pais nem os avós e isso faz-me sentir mal porque não os posso ajudar e blá blá blá.
Ainda me sinto assim. Ainda me custa. E espero que continue assim, ou terei perdido a sensibilidade que me faz querer fugir da hipocrisia que tinge o Natal. Quero que os meus filhos sintam o mesmo, por isso hei-de levá-los a passar Natais em que possam ajudar outros, aqueles que precisam.

Este ano, por causa da ignóbil crise, os Natais serão diferentes para muita gente. Há mais dicas para presentes low cost, vão surgir menos brinquedos debaixo da árvore e a frase "só uma lembrancinha para os mais novos" vai sair de mais bocas. Não me assusta. Os presentes tinham piada quando media um metro de altura. Depois, passaram a ter piada quando a Mana Lamparina explodia de alegria com a visão do amontoado de embrulhos. Voltará a ter a maior das graças quando eu for mãe. Para já, o Natal é uma fase - não um dia - que espero que passe depressa sem desprimor para o Aniversariante, a quem não esqueço de dar os parabéns.

Contudo, há mimos que não deixo de oferecer. E este ano até vou sugerir que façamos um Amigo Secreto para que não haja lugar para exageros, que o importante é estarmos todos juntos. O núcleo mais chegado tem direito a um miminho, como é óbvio... embora ainda não tenha começado a comprá-los ou a fazê-los, processo que gostaria de ter iniciado há dois meses e terminado agora. Enfim, nada a fazer, sou sempre a mesma coisa.
Está então instituída a rubrica "presentinhos em tempos de crise". Sem rodeios, o título. Vou dar-vos ideias para presentes para a mãe, para o pai, para a irmã, para o namorado... ou seja, partilhar convosco aquilo em que for pensando para cada um dos meus e assim, quem sabe, provocar um momento eureka desse lado.
Uma vez que tenho a certeza que essas pessoas fofinhas do meu coração farão o mesmo comigo, entretanto acrescento um separador no blog para uma wishlist de Natal. Porque em tempo de vacas magras não quero que gastem um tostão em coisas inúteis. Tendo em conta os meus recentes problemas com o novo corpo, podem sempre oferecer-me gift cards de lojas, sim? Cá beijinho.

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