quinta-feira, 5 de maio de 2011

muxima

Lily Donaldson
Nestes momentos difíceis, tenho sempre saudades de quem perdi. Precisava do colo dela, da minha vó. Precisava das mãos velhas de quem atravessa um século pousadas sobre a minha cabeça deitada no seu colo. Tenho saudades dela. Todos os dias.
A almofada absorve as lágrimas, mas não me diz "não chora, menina", enquanto me embala.

E então abro a porta e vem ele, ele que a minha avó iria adorar. O meu pula, branco e loiro. Traz-me flores, um salpico de cor na tela negra que é a minha vida hoje. E o abraço forte de quem quer estar ao meu lado.

Sinto-me grata por viver.

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