quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

dos mundos que construímos com outros.

Miranda Kerr
Cada relação nova despoleta um novo mundo. É todo um novo cenário, novos hábitos, novas facetas da personalidade de um e de outro que acabam por vir à tona. São novos momentos que se vivem, envoltos em novas emoções e são os novos planos que se sonham a dois.
Não fui a mesma namorada para todos aqueles que se cruzaram comigo e com quem construí um mundo novo. Interpretei vários papéis porque as peças eram diferentes e assim eram também os guiões, as personagens. Para uns, fui apenas uma cabra cuja memória os atormentou durante longos anos. Para outros, uma miúda porreira com quem era divertido estar. Fui mulher, fui menina, fui um doce e toquei a loucura.
Das antigas relações, gastas e velhas como as folhas amareladas dos livros arrumados nas mais altas prateleiras das bibliotecas, ficam as aprendizagens e as recordações. Boas, más, mas todas elas com uma dose de intensidade inerente a qualquer passo que dou. Ficaram guardados no fundo da gaveta todos os planos que não concretizei com quem foi o objecto da minha paixão e que já não quero concretizar, porque o meu Amor, aquele que quero que seja o último dos meus namorados, merece mais e melhor que rascunhos idealizados em parceria com quem já não está cá. E acredito que também os lugares que marcaram essas passagens pela minha vida não devem ser visitados com uma nova pessoa. Nem as músicas que nos serviram de banda sonora. Se soubesse que algum deles partilhava com uma nova mulher tudo o que era nosso, sentir-me ia tão vilipendiada como se viesse a descobrir que o meu namorado fazia uso de elementos do mundo que construiu com uma antiga namorada, na nossa relação. É quase um sentimento de posse relativamente a algo que já não existindo, continua a fazer parte da história que escrevemos juntos. É intocável. Pessoal e intransmissível.

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